Saúde
Considerações sobre Diabetes Tipo 1

Dra. Marília da Silva Miranda - graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduada em Psicoterapia Analítica pelo Instituto Junguiano da Bahia.
O que é o Diabetes?
O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta deinsulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar nas células, para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
Diabetes tipo 1
No Diabetes tipo 1, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem esse hormônio. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes e é mais comum em crianças e adolescentes.
Sintomas:
- Vontade de urinar diversas vezes
- Fome frequente
- Sede constante
- Perda de peso
- Fraqueza
- Fadiga
- Nervosismo
- Mudanças de humor
- Náusea e vômito.
Tratamento
Exercícios físicos
A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de peso. Porém a prática de exercícios deve ser realizada sob orientação médica, pois o médico irá avaliar as condições gerais de saúde do paciente e o ajudará a escolher a atividade mais indicada.
Controle da dieta
É importante que os pacientes diabéticos sejam acompanhados por um nutricionista, que é o profissional indicado para realizar essa orientação. O cálculo da quantidade de carboidratos que deve ser ingerido em cada refeição é feito pelo nutricionista e é individual, levando-se em consideração a idade, o peso e altura do paciente, além de considerar as preferências e particularidades de cada um.
Verificar a glicemia
Os portadores de diabetes tipo 1 devem criar o hábito de verificar constantemente suas glicemias em casa, anotá-las em um mapa glicêmico e levá-lo sempre que for a uma consulta com os profissionais que o assistem, para que estes possam acompanhar os efeitos do uso da insulina, associados ao controle alimentar e atividades físicas e realizarem os ajustes necessários.
Complicações possíveis
Retinopatia diabética
Lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual
Arteriosclerose
Endurecimento e espessamento da parede das artérias
Nefropatia diabética
Alterações nos vasos sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação total.
Neuropatia diabética
Os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, enfraquecimento muscular, traumatismo dos pelos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.
Cuidado com as emoções
Sabemos que são muitas as emoções relacionadas ao ter Diabetes: raiva, tristeza, revolta, medo...é normal que surjam, mas o que se faz com elas é o ponto principal. É importante que essas emoções sejam canalizadas para cooperarem com o tratamento, e não o contrário! Muita gente, por conta do medo e da raiva nega a doença e quer agir como se ela não existisse, porém, as consequências dessa atitude são muito sérias e podem comprometer de forma grave a qualidade de vida da pessoa, já que, se vierem a acontecer são irreversíveis.